Não resta dúvida de que, nos dias de hoje, a utilização de novas
formas de interação on-line atende às novas necessidades dos alunos; o
incentivo à aprendizagem ativa e significativa ao aluno já pode ser
comprovada por meio de vários projetos já desenvolvidos em todo pais; é
evidente o acesso rápido e eficiente na obtenção de informações
relevantes e diversificadas e a melhoria da qualidade da comunicação
entre professores e alunos são viabilizadas pelas ferramentas
interativas.
Hoje a tecnologia é útil ao aprendizado, pois o seu desconhecimento
vem gerando no mundo atual o mesmo tipo de exclusão que sofre o
analfabeto no mundo da escrita.Mas agora vem a seguinte pergunta, o que é
necessário? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, pois depende
do contexto, da realidade em que se vive e da autonomia de cada um. O
que se pode afirmar, sem erro, é que é preciso entender que o essencial é
acreditar no potencial cognitivo de cada um. "É essencial à descoberta
da alegria do conhecimento, pois ela é à base da autonomia e da
subjetividade".
Para o docente que vê na tecnologia uma forma de qualificar melhor
suas práticas pedagógicas, é fundamental enxergar a realidade e
principalmente lutar contra o discurso neoliberal paralisante que domina
o meio educacional. É preciso conhecer as políticas equivocadas que
fazem parte da história da utilização da informática na educação no
Brasil.
Evitar a resistência pelo desconhecimento é entender que o computador
e o software educacional, seja ele qual for, é uma ferramenta auxiliar
do processo de aprendizagem do aluno. Uma aula ruim é ruim com ou sem
tecnologia, e uma aula boa será sempre boa independentemente da
tecnologia utilizada. Isto significa dizer que: a qualidade está no
conteúdo que deve ser bem planejado e disponibilizado de modo que seja
possível a aquisição de conhecimento pelo aluno.
A mídia deve ser adequada ao conteúdo, pois este vem em primeiro
lugar. A tecnologia não cria ambientes que prescindem do professor, é
preciso que o professor tome para si a tarefa de projetar o material
didático e a pedagogia a ser utilizada no processo de ensino. Não inovar
na produção do material didático e nas metodologias de aprendizagem,
significa deixar a cargo de profissionais da área tecnológica, a tarefa
de ensinar por meio de software desenvolvido sem o viés da educação, o
que de um modo geral vem ocorrendo com freqüência.
É fato que os perfis dos profissionais, que hoje planejam software
educacional, são de programadores de computador, que desconhecem a área
educacional. O planejamento de um bom projeto necessita da formação de
uma equipe multidisciplinar, cujos participantes complementam o projeto
utilizando suas competências específicas e diversificadas.
Hoje muito se fala da necessidade de se educar para os meios, ou
seja, educar para o uso da ferramenta própria do mundo digital. Mas
muito se fala e pouco se faz, a respeito da preparação de professores na
orientação do aluno diante desses novos conceitos e novas relações, que
surgem nesse mundo tecnológico. É nesse contexto que informações
provenientes de diversas direções chegam a indivíduos cuja realidade não
lhes permite desenvolver capacidade crítica de análise, competência
fundamental para evitar o colapso de valores importantes para o
desenvolvimento da cidadania, da ética e da solidariedade. Por meio
dessa abordagem, o uso da tecnologia integra novos saberes à prática
educacional proporcionando ao professor uma maior capacidade crítica de
sua ação pedagógica e um leque maior de possibilidades na busca pelo
interesse dos seus alunos.
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